Cefaleia (dor de cabeça)

Tratamentos | 01/02/2023

Existem diversos tipos de cefaleias (dor de cabeça), sendo divididas entre as CEFALEIAS PRIMÁRIAS e as CEFALEIAS SECUNDÁRIAS.

Nas cefaleias primárias a dor tem origem por mecanismos próprios, como as mais comuns: cefaleia tensional, enxaqueca, e a cefaleia em salvas.

Já nas cefaleias secundárias a dor tem origem por outros mecanismos como sinusite, alterações da articulação temporo-mandibular (ATM), glaucoma, crise hipertensiva,ou até mesmo pela presença de tumores, sangramento e aneurismas intracranianos.

Há ainda as neuralgias, quando a dor na cabeça é causada por lesão de algum nervo como na neuralgia do trigêmeo. Mas isso é tema para outro post!

Vamos falar sobre as cefaleias primárias: tensional, enxaqueca e cefaleias em salvas.

 

Cefaleia tensional


Dor de cabeça mais comum, acometendo 80% da população, mais comum em melhores em idade reprodutiva.Pode estar associado a estresse, ciclo menstrual, má alimentação, privação de sono e má postura.

Dor bilateral, não pulsátil, tipo aperto ou tipo peso, dolorimentopericraniano, intensidade fraca a moderada, não piora com atividade física. Pode haver um dos sintomas: fonofobia, fotofobia, ou náuseas. Pode durar de 30min até dias.

Considerada crônica quando ultrapassa a frequência de mais de 15 dias episódios por mês, por mais de 3 meses.

 

Cefaleia tipo enxaqueca (migrânea)


Segundo tipo de dor de cabeça mais comum, acometendo 25% da população, também mais comum em mulheres.

Localização unilateral, pulsátil, intensidade moderada a grave, acompanhada de náuseas, repulsa ao barulho (fonofobia) e a luz (fotofobia). Agravada por atividade física rotineira. Duração de 4-72h se não tratada.

A dor pode ser precedida por sintomas de aura como enxergarescotomas (pontos brilhantes), turvação visual, movimentos involuntários, entre outros.

Considerada crônica quando ultrapassa a frequência de mais de 15 dias episódios por mês, por mais de 3 meses.

 

Cefaleia em salvas


Dor de cabeça rara, acometendo 1% da população, mais prevalente em homens. Considerada uma das dores mais intensas que um ser humano pode experimentar.

A dor aparece em crises, 1 ou 2x por ano (geralmente nas épocas mais frias do ano), durante 2 semanas até 3 meses!

Dor tipo pontada, lancinante, unilateral, orbital, supraorbital ou temporal, com duração de 15 até 180min (quando não tratada), aproximadamente 8x por dia, associada a lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, edema palpebral, sudorese facial, miose ou ptose, sensação de inquietação.

A dor é tão intensa que o paciente chega a bater a cabeça contra a parede e ter pensamentos suicidas.


Diagnostico das cefaleias


O diagnóstico das cefaleias primárias é clínico, ou seja, através da coleta de uma minuciosa história da dor do paciente, devendo sempre, antes de qualquer hipótese, descartamos a possibilidade da cefaleia ter causa secundária intracraniana como tumores, aneurismas, e sangramentos!

Logo, devemos em toda investigação de cefaleia, nos atentarmos aos sinais de alerta, e se houver alguma suspeita, devemos solicitar exames de imagem como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância nuclear magnética (RNM).

 

Sinais de alerta para cefaleias secundarias

-Dor de cabeça nova, de início súbito, considerada a pior cefaleia da vida, em trovoada.

-Dor progressiva, pior ao tossir ou espirrar, e com a mudança postural.

-Febre, calafrios, dores musculares, suores noturnos, perda de peso.

-Mudança do estado mental, visão dupla, sonolência, fraqueza, perda de sensibilidade, descoordenação para andar, alteração dos nervos cranianos, zumbido, convulsões.

-Início após os 50 anos.

 

Tratamento da cefaleia tensional


Tratamento da crise

-Dipirona ou paracetamol, podendo associar antiinflamatorios e cafeína.

-Atividade física, atividade de relaxamento, dormir ou se alimentar já podem ser o suficientes para alívio da crise.

-Observação: uso de opioides como codeina e tramadol predispões a cronificação!


Tratamento da cefaleia tensional crônica

Antes de iniciar qualquer tratamento para fase crônica, é imprescindível que o paciente inicie mudanças do seu estilo de vida como ter sono regular, melhora da alimentação evitando longos períodos de jejum, pratica de atividades de relaxamento na sua rotina como meditação, yoga, leitura ou qualquer outra que lhe gere relaxamento.

O tratamento preventivo medicamentoso deve ser por no mínimo 6 meses!

-Antidepressivos: amitriptilina, nortriptilina, venlafaxina, duloxetina. Efeitos adversos: boca seca, desconforto epigástrico, constipação, tontura, confusão mental, taquicardia, visão turva, retenção urinaria, ganho de peso, hipotensão ortostática. Contra indicações: bipolares, glaucoma, cardiopatas.

-Nutraceuticos (suplementação dietética): magnesio, vitamina B2, B6, B9.


Tratamento da enxaqueca

Tratamento da crise

-Dipirona ou paracetamol, podendo associar antiinflamatorios, cafeína e di-hidroergotamina.

-Triptanos quando as medicações acima não oferecem alívio satisfatório. Contra indicações aos triptanos: doenças coronarianas e cerebrovasculares, e hipertensão não controlada.

-Observação: uso de opioides como codeína e tramadol predispõem a cronificação!

-Bloqueio do gânglio esfenopalatino e outros nervos cranianos!!!


-Canetinha de anticorpos monoclonais (injeção subcutânea, dose única), quando nem os triptanos não oferecem alívio.


Tratamento da enxaqueca crônica

Antes de iniciar qualquer tratamento para fase crônica, é imprescindível que o paciente inicie mudanças do seu estilo de vida como ter sono regular, melhora da alimentação evitando alimentos enxaquecosos como chocolate, café, alcool, queijos, atividade fisica regular, pratica de atividades de relaxamento na sua rotina como meditação, yoga, leitura ou qualquer outra que lhe gere relaxamento, interrupção do tabagismo.

Uso de anticoncepcionais orais também predispõem/pioram a enxaqueca. Considerar uso contínuo ou troca para outro método contraceptivo como DIU.


O tratamento preventivo medicamentoso deve ser por no mínimo 6 meses!

-Beta bloqueadores: propranolol e metoprolol. Efeitos adversos: fadiga, tontura, piora depressão. Contra indicações: asma, insuficiência cardíaca, doença de Raynaud.
-Antidepressivos: amitriptilina, nortriptilina, venlafaxina, duloxetina. Efeitos adversos: boca seca, desconforto epigástrico, constipação, tontura, confusão mental, taquicardia, visão turva, retenção urinaria, ganho de peso, hipotensão ortostática. Contra indicações: bipolares, glaucoma, cardiopatas.
-Topiramato. Efeitos adversos: fadiga, ideação suicida, tontura, lentidão do pensamento, dificuldade de concentração, atenção e memoria, parestesias (aliviadas com uso de potássio).
-Valproato. Efeitos adversos: náuseas, vômitos, desconforto gastrointestinal, tremor, alopecia. Contra indicação: gravidez, história de pancreatite ou distúrbio hepático.
-Nutracêuticos (suplementos dietéticos): magnesio, vitaminas B2, B6 e B9.
Quando nem a melhora do seu estilo de vida e o tratamento medicamentoso por 6 meses não surtiram efeito satisfatório, podemos indicar:
-Canetinha de anticorpos monoclonais (injeção subcutânea): uma injeção mensal por 12 a 18 meses!
-BOTOX (protocolo PREEMPT)
Pontos específicos ao redor de toda a face e cabeça, com um total de 195 unidades distribuídos em 31 a 39 pontos.
Seguir protocolo de realização de 3 a 5 aplicações com intervalo de 3 meses entre cada aplicação!

Tratamento da cefaleia em salvas


Tratamento da crise

-Triptanos via oral, nasal ou subcutâneo.

-Oferta de oxigênio a 100%, 6-12L/min.

-Bloqueio do gânglio esfenopalatino com cotonete.

-Canetinha de anticorpos monoclonais (injeção subcutânea).


Tratamento preventivo

Sendo uma dor de cabeça grave, mesmo após a primeira crise da vida do paciente, já é indicado tratamento preventivo!

Os medicamentos mais utilizados são os corticoides, melatonina, verapamil, lítio e topiramato.


*Texto originalmente escrito por Dra Karen Maro.

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