Dor lombar

Tratamentos | 09/06/2023

A dor lombar é a principal causa de procura por um medico especialista em dor, já que se trata da região corporal de maior suporte de peso e estabilização da nossa posiçao ereta. Essa sobrecarga mecânica ao longo da vida pode gerar dor por inúmeras causas como por desgaste das articulações da coluna lombar (dor das facetas articulares), dor por compressão de alguma raiz nervosa (dor por hérnia de disco), dor por rompimento do disco intervertebral (dor discogênica), e ainda, dor pela alta exigência da musculatura e ligamentos lombares para manutenção postural (dor miofascial).


Causas, sintomas e diagnóstico


Dor facetária

Nossa coluna é inteira articulada proporcionando a flexibilidade de seus movimentos. Sobrepeso, má postura, atividade física realizada de maneira incorreta, e falta de fortalecimento muscular são as principais causas de desgaste das articulações (facetas) que existem entre os corpos vertebrais.

A dor geralmente localiza-se na coluna, sem irradiação para os membros inferiores ou com uma irradiação mal localizada pelos glúteos e face posterior das coxas no máximo até a altura dos joelhos. A dor é pior a extensão da coluna (jogar as costas para trás), a lateralização e a rotação da coluna. Com melhora da dor na posiçao fletida (dobrar as costas para frente) e ao se deitar. Geralmente os pacientes referem também rigidez ao acordar, melhorando no decorrer do dia com a movimentação, piora ao sentar em assento mole (sofá por exemplo), e a noite quando finaliza suas atividades diarias. A dor pode ser precedida por um "estalo" ao pegar objeto pesado, gerar sensação de travamento, e sempre é acompanhada de contratura muscular reflexa (dor miofascial).

O diagnóstico é clínico, através da história e do exame físico, corroborado de tomografia de coluna lombar, a qual revela artrose das facetas intervertebrais. Podemos ainda realizar bloqueio teste do nervo mediano facetário responsável pela sensibilidade daquela articulação, gerando alívio imediato da dor, de grande auxilio para o diagnóstico preciso da origem da dor. 


Dor discogênica

Entre os corpos vertebrais localizam-se os discos intervertebrais, que tem a função de amortecimento durante a posição ereta e durante os movimentos basicos da coluna. Estes discos podem sofrer achatamentos e rupturas quando os corpos estão mal posicionados e com suas articulações gastas.

A dor geralmente não é incapacitante, se localiza na coluna, sem irradiação para os membros inferiores, sendo pior com a flexão da coluna (dobrar as costas para frente), ao carregar peso, e ao fazer força no abdomem como tossir, espirrar ou evacuar. Geralmente os pacientes acordam sem dor, e pioram no decorrer do dia com a movimentação.

Este diagnóstico é mais difícil, levando-se em conta a história clínica, exame físico e corroborado por ressonância magnética da coluna lombar, a qual revela desidratação e/ou rompimento do ânulo fibroso do disco acometido. Porém nem sempre há lesão visível do disco ao ponto de ser detectada pelo exame de imagem. Neste caso, quando todas as outras causas de dor lombar forem descartadas, podemos lançar mão do bloqueio teste do nervo que oferece a sensibilidade dos discos intervertebrais ou ainda realizarmos o exame de discografia provocativa.


Dor por hérnia de disco

Hérnia significa que alguma estrutura do nosso corpo esta invadindo um espaço que não deveria, como por exemplo a hérniação do disco, a hérnia inguinal, a hérnia umbilical, etc.

Entre os corpos vertebrais há o disco intervertebral e um buraquinho de cada lado (forames intervertebrais) por onde as raizes nervosas emergem. Logo, se houver alinhamento incorreto entre os corpos vertebrais, achatando o disco vertebral e este começar a esparramar/herniar para um dos lados através do forame, este disco herniado pode comprimir a saida de uma raiz nervosa.

A dor neuropática geralmente se inicia de um lado da lombar, do tipo lancinante, choque, formigamento, ou dormência, irradiando para o membro inferior seguindo o caminho da raiz acometida.

Este diagnóstico é fácil, levando-se em conta a história clínica, exame físico e corroborado por ressonância magnética da coluna lombar, a qual revela herniação do disco, com reduçao do forame e compressão da raiz nervosa. Mas através do exame físico e neurológico, já somos capazes de distinguir exatamente qual é o nervo que esta gerando a dor do paciente.


Dor miofascial

Ossos são estruturas fixas e estáticas. Osso não se mexe. Osso sem apoio cai. As musculaturas do abdome e das costas são as responsáveis por manter a coluna ereta e coordenar seus movimentos. Logo, em situações de estresse mecânico como na obesidade, atividade física mal realizada, carregamento de peso, má postura cotidiana, ou devido a outra causa que gere dor lombar (facetária, discogênica ou por hernia de disco), ocorre altíssima exigência da musculatura na tentativa de manutenção postural ou na tentativa de posicionamento para livramento da dor.

A contratura muscular exuberante gerando dor muscular lombar (dor miofascial) pode ser incapacitante, deixando o paciente "torto", levando a um quadro de inquietação e desespero por atendimento médico ou fisioterápico.

O diagnóstico do grupo muscular acometido é clínico através da história clínica e exame físico, podendo ser corroborado pelo bloqueio teste e terapêutico. A síndrome miofascial pode ser a única causa da dor lombar, ou então é acompanhada dos quadros de dor lombar de origem facetária, discogênica ou neuropática (hérnia de disco)!


Tratamento


Dor facetária

O tratamento visa, além do uso de medicamentos específicos, procedimentos minimamente invasivos para o alívio da dor, e de medicina regenerativa para tratarmos a artrose dessas articulações. 

-Bloqueio ou denervação por radiofrequencia do nervo mediano facetário (guiados por ultrassom ou raiox);

-Proloterapia, ortobiológicos e acido hialurônico dentro da articulação facetária (guiados por ultrassom ou raiox);

-Terapia por ondas de choque;

-Mesoterapia.

Após retirarmos o paciente da crise aguda de dor, é imprescindível que o paciente inicie dieta antiinflamatória e pró regenerativa, suplementação específica antioxidante e para ganho de massa muscular, melhora do sono, perda de peso, fortalecimento muscular e realinhamento postural.


Dor discogênica

A dor discogênica geralmente é um diagnóstico de exclusão, e não costuma gerar dor incapacitante. O tratamento da dor discogênica visa a redução da transmissão dolorosa, fortalecimeno muscular e realinhamento postural. Além do uso de medicamentos específicos, podemos realizar os procedimentos minimamente invasivos:

-Bloqueio do gânglio da raiz que oferece a sensibilidade dos discos intervertebrais lombares (guiados por ultrassom ou raiox);

-Mesoterapia.


Dor por hérnia de disco

O tratamento visa retirar o paciente da crise aguda de dor através da redução do conteúdo herniado, dessensibilização da hipertransmissibilidade dolorosa pelo nervo acometido, e tratamento em si do nervo estrangulado. Além do uso de medicamentos específicos, podemos realizar os procedimentos minimamente invasivos:

-Bloqueio/infiltrações diretamente no gânglio da raiz acometida (guiados por ultrassom ou raiox);

-Radiofrequência pulsada do gânglio da raiz nervosa (guiados por raiox);

-Terapia por ondas de choque;

-Mesoterapia.

Após retirarmos o paciente da crise aguda de dor, é imprescindível que o paciente realize fortalecimento muscular e realinhamento postural, além de perda de peso, melhora da dieta e do sono.


Dor miofascial

O tratamento visa retirar o paciente da crise aguda de dor através de técnicas minimamente invasivas guiadas por ultrassom para soltura muscular.

-Bloqueios interfasciais específicos para cada caso (guiados por ultrassom);

-Infiltrações intramusculares dos músculos acometidos (guiados por ultrassom);

-Mesoterapia;

-Terapia por ondas de choque;

-Toxina botulínica/Botox (guiados por ultrassom).

Após retirarmos o paciente da crise aguda de dor, é imprescindível que o paciente realize fortalecimento muscular e realinhamento postural, além de perda de peso, melhora da dieta e do sono.


*Texto originalmente escrito por Dra Karen Maro.

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