A dor no ombro é uma das dores articulares mais complexas devido a grande capacidade de movimentação dessa articulação, com a presença de inúmeros tendões, bursas e articulações que podem ser a origem da dor.
Causas
Os principais diagnósticos que citarei aqui compartilham de causas semelhantes que levaram a suas lesões, que seriam: movimentos repetitivos do ombro durante o trabalho ou atividade física, sobrecarga articular durante carregamento de peso no trabalho ou na atividade física, história de trauma local, falta de fortalecimento muscular que não foi o suficiente para poupar as estruturas do ombro durante as atividades exigidas sobre ele.
-Tendinite de um dos 3 tendões que formam o manguito rotador: supraespinhoso, infraespinhoso e subescapular.
-Osteoartrose da articulação acrômio-clavicular.
-Osteoartrose da articulação gleno-umeral levando a síndrome do ombro congelado.
-Bursites.
Sintomas
A dor no ombro geralmente é pior a noite, levando a grande disturbio do sono e estresse. Muito simplificadamente, vou descrever os principais sintomas conforme as lesões:
-Tendinite do manguito rotador: dor para elevação do braço (supraespinhoso), rotação externa (infraespinhoso) ou rotação interna (subescapular).
-Articulação acrômio-clavicular: dor e rigidez para levar a mão na cabeça ou no ombro contra lateral.
-Articulação gleno-umeral: dor e rigidez para elevação do braço.
Diagnóstico
-Minuciosa história clínica investigando o mecanismo do trauma, ou seja, devemos saber exatamente como o paciente movimenta o ombro durante o dia a dia com o trabalho, com a atividade física ou com o trauma que gerou a dor.
-Exame fisico para cada um dos tendões do manguito rotador. Exame fisico para a articulação acromio-clavicular e para a gleno-umeral. Exame físico dos nervos que oferecem a sensibilidade e os movimentos dos ombros.
-Raio x para avaliação de artrose. Ressonância magnética para avaliação dos tendões, bursas, e presença de derrames.
-Ultrassonografia durante o exame físico do paciente é um grande aliado para avaliação das tendinites, bursites, artroses e derrames.
Tratamento
Assim como qualquer outra articulação, a conduta cirúrgica é indicada somente no caso de não haver melhora satisfatória após otimização dos tratamentos conservadores e minimante invasivos.
Desta forma, a medicina intervencionista e a medicina regenerativa oferecem inúmeras possibilidades de tratamento da dor, regeneraçao da lesão e reabilitação funcional do paciente!
-Bloqueio ou denervação dos nervos que transmitem a sensibilidade dolorosa para o ombro (procedimento guiado por ultrassom).
*Denervação é quando utilizamos alguma técnica para "queimar" algum nervo sensitivo, seja por calor pela radiofrequência ou através de substância neurolítica, como por exemplo o fenol.
-Infiltração nos tendões ou no espaço intra-articular com substâncias regenerativas, como proloterapia, acido hialuronico e ortobiológicos.
-Terapia por Ondas de Choque: alto nível de evidência científica para potencializar a redução da transmissão dolorosa e a reneração de lesões tendíneas ou articulares!
-Mesoterapia: técnica de pequenas infiltrações superficiais na pele ao longo do ombro para potencializar a analgesia e a regeneração tecidual.
Para que as técnicas de medicina regenerativa tenham bom resultado, é imprescindível que o organismo do paciente ofereca condições otimizadas de proliferação e regeneração tecidual. Para isso, durante o tratamento, é necessário início de dieta anti inflamatória e pró proliferativa, uso de antioxidantes, melhora do padrão do sono e do humor.
Após alívio da dor do paciente, é mandatório início de fortalecimento muscular, o qual estimula a técnica de regenerativa empregada, e fortalece a articulação em si. Não existe articulação forte e protegida sem musculatura forte!
*Texto originalmente escrito por Dra Karen Maro.