Herpes zoster (neuralgia pós herpética)

Tratamentos | 19/06/2023

A neuralgia pós herpética é definida como dor neuropática, tipo choque, queimação, ardência ou agulhada, que persiste por mais de 3 meses após o início das erupções cutâneas do vírus da herpes zoster ("cobreiro").

Estima-se que o herpes zoster ocorra em aproximadamente 20% da população. Nesta população, a doença pode evoluir com neuralgia pós herpética em cerca de 10-20% dos casos.

A herpes zoster consiste na reativação do vírus daquela catapora que você teve na infância, e que permaneceu adormecido por anos em algum nervo do seu corpo.

Com o avançar da idade, naturalmente nosso sistema imunológico torna-se mais frágil, e mais frágil será ainda se o paciente possuir comorbidades como obesidade, hipertensão, diabetes, doenças reumatológicas, entre outras doenças.

Logo, por qualquer gatilho de estresse (mental ou físico como uma forte gripe), aquele vírus pode ganhar força, se proliferando no nervo que estava alojado, gerando inflamação intensa com formaçao de bolhas na pele ("cobreiro"), lesão nervosa e dor neuropática incapacitante.


Sintomas


Inicialmente, surgem pequenas vesiculas/bolhas (famoso "cobreiro") muito dolorosas seguindo exatamente o trajeto em faixa de um determinado nervo.

Os nervos mais comumente acometidos sao os nervos entre as costelas (nervos intercostais), seguidos pelos nervos da face (nervo facial ou nervo trigêmeo).

A dor na pele proveniente das vesiculas pode evoluir para dor proveniente do nervo, gerando dor muito intensa, incapacitante, tipo choque ou queimação, seguindo o trajeto nervoso.

Com o tratamento da herpes zoster com Aciclovir e desaparecimento das lesões, as dores também podem sumir.

Ou então, devido a grande sensibilização do nervo, quando a dor se perpetua por mais de 3 meses (podendo durar meses até anos), enfim definimos o diagnóstico de dor neuropática crônica por herpes zoster (ou neuralgia pós herpética).

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Diagnóstico


Totalmente clínico através da história do paciente e do exame físico.

Julgo sempre ser importante solicitar foto da região quando ainda haviam as bolhas, para que eu possa entender perfeitamente quais foram os nervos acometidos.


Tratamento


O processo infeccioso viral deve ser tratado muito precocemente com antiviral (Aciclovir), na tentativa de reduzirmos a proporção da lesão nervosa.

Já o processo doloroso é tratado através de medicações específicas para dores neuropáticas que visam reduzir a atual hipertransmissibilidade dolorosa aberrante.

Estes medicamentos incluem os anticonvulsivantes gabapentinoides, antidepressivos tricíclicos, aplicação topica de lidocaína e capsaicina.

Se mesmo com a otimização medicamentosa não houver alívio satisfatório da dor, as opções de tratamento intervencionista minimamente invasivas incluem:

-Bloqueio/infiltração do nervo acometido, guiado com ultrassom, com o intuito de reduzir o processo inflamatório e dessensibilização nervosa.

-Botox no trajeto do nervo acometido.

Na grande maioria do casos os bloqueios sao suficientes para o tratamento resolutivo da dor. Porém, se mesmo assim a dor persistir, indica-se:

-Radiofrequencia pulsada no gânglio da raiz dorsal (em outras palavras, radiofrequencia na cabeça do neuronio do nervo alvo). Esta tecnica geralmente necessita que seja feita guiada por raiox em centro cirurgico!


Vacina contra herpes zoster


Atualmente, existe a vacina contra a varicela (catapora) aplicada na infância, para evitar que haja o desenvolvimento da catapora.

E desde 2017, também existem as vacinas indicadas para quem já teve catapora, com o intuito de prevenir o surgimento da herpes zoster e o seu desenvolvimento para neuralgia pós herpética.

A vacina contra o herpes-zoster é indicada para qualquer indivíduo acima dos 50 anos, independentemente se ele saiba que tenha tido ou não catapora.

Também é indicada se o paciente já teve herpes zoster, respeitando um intervalo de 6 meses após o quadro agudo de herpes.

Existem somente duas opções no Brasil, as quais não são ofertada pela rede pública de saúde, sendo encontrada somente em clínicas particulares de vacinação.

-Zostavax: opção disponível desde 2017, possui 70% de eficácia e durabilidade por até 3 anos. Por ser fabricada utilizando o virus vivo atenuado, não pode ser aplicada em imunossuprimidos. Dose única, a um custo aproximado de R$550.

-Shangrix: opção disponível desde 2022, possui 97% de eficácia e durabilidade por até 10 anos. Por ser fabricada utilizando o virus inativo, pode ser aplicada em imunossuprimidos a partir dos 18 anos de idade. Duas doses, com intervalo de 2 meses, a um custo aproximado de R$850 reais cada dose.


*Texto originalmente escrito por Dra Karen Maro.


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